A fábrica é parte do projeto Speedfactory e está localizada na cidade de Ansbach, Alemanha. Após alguns meses de testes, a planta está pronta para começar a produzir em larga escala. Uma segunda fábrica foi construída em Atlanta, Estados Unidos, e deverá operar em breve. O plano da Adidas é montar fábricas robotizadas em mais lugares. Os primeiros tênis a serem produzidos nessas fábricas farão parte da linha Adidas Made For (AM4), que inclui modelos desenvolvidos para seis das mais importantes metrópoles do mundo. São estes:
AM4LDN: Londres;AM4PAR: Paris;AM4LA: Los Angeles;AM4NYC: Nova York;AM4TKY: Tóquio;AM4SHA: Xangai.
O modelo AM4LDN começará a ser vendido no dia 19; o AM4PAR, no dia 26. O restante chegará ao mercado em 2018. Cada versão tem um desenho que o associa à sua cidade, mas todos foram desenvolvidos para serem confortáveis e leves. Para tanto, a Adidas usou dados de atletas para definir as formas. É possível ter uma noção do funcionamento da fábrica no vídeo abaixo, que mostra imagens do desenvolvimento e produção do Futurecraft MFG, modelo de tênis que não chegou a ser lançado comercialmente, mas foi o primeiro a ser montado em uma planta Speedfactory. Não deixa de ser uma ideia interessante, afinal, é de se presumir que uma fábrica automatizada consiga produzir mais rapidamente e apresentar índices baixíssimos de falhas. Mas aí surge a inevitável pergunta: os empregos nas fábricas da Adidas estão ameaçados? A questão ganha ainda mais importância se levarmos em conta que a companhia produz mais de 300 milhões de pares de calçados por ano e, para isso, emprega milhares de pessoas em fábricas localizadas em países como China, Indonésia e Vietnã. Esses lugares recebem grande atenção da indústria porque oferecem mão de obra barata. Entretanto, os custos com pessoal estão aumentando, fazendo as empresas olharem cada vez mais para a automação. De acordo com o South China Morning Post, só a Foxconn já conseguiu cortar 60 mil empregos em apenas uma fábrica com a utilização de robôs. Em entrevista à Fortune realizada no ano passado, Katja Schreiber, diretora de comunicação corporativa da Adidas, afirmou que as plantas Speedfactory não cortarão postos de trabalho, pelo menos por enquanto.
De acordo com a executiva, hoje, os produtos não são fabricados onde os consumidores da marca estão. O projeto visa fazer a origem do produto ficar mais próxima do mercado, o que permitirá reduzir custos de transporte e atender a demandas regionais. Não por menos, a Adidas prevê um cenário em que poderá produzir calçados personalizados para cada cliente. Talvez a ideia de modelos com temática de seis grandes cidades venha daí. Como as plantas Speedfactory apenas aumentarão a oferta de produtos e estão em fase inicial de operação, não deverá mesmo haver corte de empregos, pelo contrário: a unidade alemã já emprega mais de 150 pessoas (é necessário supervisionar a produção, fazer manutenção, cuidar da segurança, enfim). Mesmo assim, é impossível não pensar em um futuro em que as fábricas tradicionais ficarão ainda mais automatizadas ou serão substituídas por plantas robóticas de grande porte. Aí será difícil manter o discursos dos empregos.