Caso Activision Blizzard: entenda tudo sobre o polêmico processo judicialAlém da Activision Blizzard: as 10 maiores aquisições no mercado de games

No estado da Califórnia, nos EUA, as grandes empresas com mais de seis membros no quadro de diretores são obrigadas por lei a terem pelo menos três mulheres entre os membros. No caso da Activision Blizzard, o comitê é formado por 10 pessoas, sendo que apenas duas são mulheres — Dawn Ostroff e Reveta Bowers. A empresa teve até o final de 2021 para incluir mais uma integrante feminina ao quadro de diretores, mas não conseguiu. Em comunicado, a Activision Blizzard afirmou ter tentado contratar uma nova diretora, porém teve os processos atrasados devido à aquisição da Microsoft, anunciada em janeiro de 2022.

Quadro de diretores não sofre mudanças desde 2020

Vale explicar que, apesar da aquisição ter sido oficializada em 2022, as negociações entre Activision Blizzard e Microsoft começaram em 2021. Entretanto, as propostas aconteciam desde novembro — ou seja, a publicadora teve 10 meses ao longo do ano passado para encontrar uma diretora. Aliás, a lei da Califórnia existe desde 2019. Entre os membros do quadro de diretores da Activision Blizzard, Dawn Ostroff é a contratação mais recente e está no cargo desde junho de 2020. Até agora, a empresa não realizou outras alterações em seu comitê. Em outras palavras, a publicadora teve mais de um ano entre a contração de Dawn Ostroff e o final de 2021 para incluir mais uma diretora ao comitê. Mesmo assim, não foi capaz de cumprir com as leis da Califórnia. Não se sabe quais serão as consequências enfrentadas pela Activision Blizzard por ter violado a lei. É provável que a publicadora tenha que pagar uma multa ao governo da Califórnia. A Microsoft comprou não só uma empresa, como também um grande problema para resolver.

Aquisição da Microsoft aconteceu em meio a escândalos

Desde julho de 2021, a Activision Blizzard responde a diversos processos judiciais movidos pelo Department of Fair Employment and Housing (DFEH) da Califórnia e por acionistas da empresa. Em todas as ações, a publicadora é acusada de permitir assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. Ao longo das investigações, descobriu-se que o atual CEO Bobby Kotick sabia dos assédios — e até desrespeitava suas próprias funcionárias —, mas escondia a realidade quando se reunia com os diretores da empresa. Com isso, o conselho da Activision Blizzard defendia o presidente das denúncias registradas por funcionárias. Quando a aquisição de US$ 68,7 bilhões da Microsoft for oficializada, em junho de 2023, Bobby Kotick deve deixar o cargo de CEO para dar lugar a Phil Spencer, chefe da divisão de jogos da Microsoft. Ao sair, Kotick ainda pode receber uma rescisão de US$ 293 milhões. Com informações: Eurogamer.

Activision Blizzard viola lei dos EUA e coloca a culpa na Microsoft   Tecnoblog - 56